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quinta-feira, 24 de novembro de 2011

A exceção ou a regra ?

     
      Ainda a propósito do jogo de ontem há ainda alguns aspetos que não foram por nós abordados e que gostaria agora de me debruçar sobre eles.
      Esta importante vitória na Champions começou contudo antes das 19.45h, hora habitual da competição milionária da UEFA. Em bom rigor o Porto entrou no campo de Donetsk já a ganhar, face ao resultado do jogo entre o Zenit e o Apoel, que tinha começado às 17.00h ( hora de Lisboa ). Ou então antes de jogo, devo talvez chamar-lhe milagre de São Petersburgo, pelo menos para os cipriotas, tal foi o domínio avassalador da equipa russa.

      Quem, como eu, assistiu ao jogo, percebeu que este Apoel, apesar de ser uma equipa bem organizada e muito solidária, tem sido bafejada também pela estrelinha da sorte. O empate alcançado ontem que permitiu aos "outsiders" do grupo G o apuramento para os "oitavos", deu, é verdade, muito jeito ao Porto, mas foi extremamente injusto e penalizador para o Zenit, uma equipa muito superiror a este Apoel e que fez mais do que o suficiente para ter vencido o encontro. E os números no final do jogo são esclarecedores deste domínio russo: o Zenit fez 23 remates dos quais 7 à baliza e o Apoel apenas rematou por uma vez à baliza de Malafeev. Mas como no fim de contas o que conta são mesmos os pontos, Porto e Zenit vão discutir no próximo dia 6 de Dezembro, no Dragão, quem acompanha os cipriotas para a próxima fase da competição.

      Quanto ao jogo de Donetsk, o Porto entrou em campo já com a garantia de que dependia apenas de si próprio e das suas capacidades para passar aos oitavos de final da Champions. E Vitor Pereira entrou também com a garantia, de que, se não garantisse os 3 pontos no encontro, garantidamente que se ia embora do comando técnico dos azuis e brancos. Assim, montou um onze com algumas surpresas e a seu  bel-prazer, uma vez que apostava neste jogo todas as fichas que lhe restavam, já que não tinha nada a perder, pois de outro modo não acredito que Defour e sobretudo Djalma fossem titulares neste encontro.

     
      Correu bem é certo. Uns dizem que agora sim já fomos porto, outros dizem que Vitor Pereira calou os críticos, outros preferem destacar o espirito de solidariedade da equipa e há outros até, que preferem acreditar que daqui p'rá frente, é sempre a subir e que agora já ninguém nos pára. Nós preferimos ser mais calculistas e dizer que, até ver, esta foi a exceção e não a regra.

      Continuamos também a preferir acreditar que Vitor Pereira é pouco e que o Porto precisa de um treinador à altura deste clube e destes jogadores e Vitor Pereira, apesar do Porto ter vencido ontem, voltou a cometer erros que podiam ter, mais uma vez, custado caro ao nosso clube. Maicon voltou a jogar na direita da defesa apesar de ter Fucile no banco ( e se estava no banco temos todas as razões para acreditar que o uruguaio estava em condições de ir a jogo, pois caso contrário não entrava nas contas deste jogo ) sendo que Maicon não é defesa direito e que fragiliza a equipa a jogar nesta posição, mas Vitor Pereira insistiu no mesmo erro. Outro aspeto negativo foi sempre a total falta de apoio ao ponta de lança Hulk ( nem vou pegar pelo facto de Hulk jogar na posição 9 ) e os insistentes cruzamentos para a área onde não existia um ponta de lança finalizador, pois muitas vezes era Hulk a cruzar para alguém que não estava lá. E quando havia um ataque ou contra-ataque de bola corrida, era sempre Hulk contra o mundo, que neste caso era toda a defesa do Shaktar. Isto é muito pouco para uma equipa que precisava de ganhar e que apenas o conseguiu devido à estrelinha da sorte que teve ( que também se pode chamar Hélton ) e ao passe fantástico de Moutinho que Hulk não desperdiçou. Caso contrário, e apesar da boa atitude que a equipa demonstrou, podíamos perfeitamente ter empatado ou perdido este jogo face à imcapacidade do Porto em ter um ataque forte e consistente. Ora isto só me fez pensar, mais uma vez, que Vitor Pereira nem sequer tem confiança no único ponta de lança puro que, por opção própria, decidiu inscrever na Champions e que a este Porto faz falta urgentemente um número 9, capaz de entrar diretamente nesta equipa e no onze inicial dos dragões, para formar um ataque ao nível do ano passado, com Hulk e James no apoio a esse tal ponta de lança que ontem tanta falta fez ao ataque azul e branco.

      
      Contudo também houve aspetos muito positivos no jogo de ontem, obviamente. Não estamos aqui só para criticar e dizer o que está mal. A atitude dos jogadores e o espírito de entreajuda dos atletas foi talvez o ponto mais positivo da noite gélida de Donetsk. Hélton foi mais uma vez decisivo, Álvaro Pereira voltou às exibições que lhe conhecemos e fez o melhor jogo na presente época, Hulk apesar de muito desapoiado no ataque, mesmo sem apoios, conseguiu criar perigo para a baliza de Rybka e na altura certa não falhou. João Moutinho também foi decisivo no brilhante passe para o golo de Hulk e esteve juntamente com Defour em bom plano no meio-campo. Aliás o meio campo conseguiu funcionar bem em termos de pressão e alguma contrução de jogo. Djalma também esteve bem, mas só no primeiro tempo. Já a dupla de centrais voltou a mostrar fragilidades preocupantes.

      Seja como for, acredito que o próximo jogo com o Braga, e este sim, é o jogo decisivo de um possível ponto de viragem. Se esta atitude e a vontade dos jogadores se mantiver, temos todas as razões para acreditar que juntos, vamos ser novamente campeões e que os oitavos de final da Champions estão à nossa espera. Mas o melhor mesmo é guardar os foguetes, e à cautela, esperar para ver. Porque este treinador ainda não me convence minimamente e estes jogadores já mostraram que tão depressa nos fazem sonhar, como logo no jogo a seguir nos fazem desesperar.

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