Na véspera do passado fim-de-semana a
noticia que se destacava nos jornais, nas “conversas de café” e que era capaz
de ofuscar noticias como “O regresso de Portugal aos mercados” era só uma: O
Porto estava em risco de ser excluído da Taça da Liga.
Algo ainda mais caricato, quando essa possibilidade de exclusão desta prova se
devia à utilização pelo FC Porto de 3 jogadores no jogo contra o Vit. Setúbal
sem respeitar em absoluto o limite de 72 horas, por apenas 15 minutos.
A partir desta situação, em acompanhamento com esta notícia os pseudo comentadores
da bola elaboram e interpretaram de imediato teses de amadorismo, de
manipulação ou como um sinal de que a organização do FC Porto não era perfeita
(tendo se mesmo posto em causa a qualidade e eficácia da organização e
estrutura portista).
A meu ver, é óbvio que uma situação destas não pode acontecer num clube como o
FC Porto e, é algo que não se espera que aconteça ao único clube em Portugal
que construiu uma estrutura (elogiada internacionalmente pelos melhores) que
sustenta as suas equipas, apenas ao nível das melhores equipas dos melhores
campeonatos europeus.
Porém o caso ocorrido, tem particularidades que desfiguram um erro que podia
ser fatal e grave em algo que vai no sentido (desprezo total a nivel nacional)
da Taça (menos relevante) da Liga.
Contudo, em relação a
essa violação das 72 horas, é certo que em sentido absolutamente literal
existiu um desrespeito de 15 minutos desse limite. Porém esse limite foi
introduzido pelo legislador com a finalidade de proteger a integridade física
dos atletas e a intenção do legislador com a inscrição das 72 horas vai no
sentido de que entre a utilização dos atletas num jogo deva existir um
intervalo de um mínimo de 3 dias de forma a garantir essa proteção aos mesmos.
O FC Porto acaba assim por não violar a finalidade e espírito da lei, não
coloca em causa a integridade física dos seus atletas (não era por mais ou
menos 15 minutos que a situação se alterava) e, também não existe motivos para
sustentar a atuação do FC Porto como sendo de má-fé (muito pelo contrário).
Não é assim claro que o FC Porto tenha violado em absoluto a lei na sua
finalidade, todavia se merece ou não alguma sanção é as autoridades competentes
(que deviam ser) isentas que o devem julgar. E não jornais ou pseudo comentadores
e muito menos clubes (de aplaudir a forma isenta e sem oportunismos do
presidente do Setúbal).
Porém este episódio é mais uma marca hilariante da curta história da taça
Lucílio Baptista. De estranhar que todos estes episódios acabam sempre por
agradar apenas e sempre a uns (deve ser coincidência!) …
Por outro lado, esse grande jornal A Bola mais uma vez acaba por optar por
trabalhar sem verificar todos os acontecimentos, gostava de ver este jornal a
acompanhar a notícia que apresentou na passada sexta-feira com a contagem do
respeito por esse limite de todos os jogos ocorridos (em especial um certo jogo
do dia 9/1).
Parece-me assim que o sentido que os Portistas têm é só um: deixem lá a Taça da
Liga e vamos falar de coisas sérias (como por exemplo o facto de em Portugal
haver falta de árbitros dado que ultimamente nos jogos grandes os árbitros
chamados a jogo não são internacionais e apresentam sinais e amadorismo puro
nem visto nas divisões secundárias).
Subscrevo assim o que já foi dito neste blog: “Porque é que não dão a Taça da
Liga já a quem têm a dar? E resolve-se já ao assunto…”
Por: João Serra (colaborador)