E quando não há Fernando ?

      Devo começar por dizer que este plantel do FC Porto me parece adequado e equilibrado para enfrentar a longa época que ainda agora começou. Exceção feita a um lugar, que ainda por cima é nuclear num 4x3x3, sitema em que o FC Porto joga preferencialmente: a de médio defensivo, ou trinco ou mais vulgarmente conhecido por número 6. É verdade que temos Fernando, que é dos melhores jogadores a atuar nesta posição nos principais campeonatos do mundo. É um facto. Fernando chega e sobra para as encomendas. É aliás muitas vezes esquecido, sobretudo porque há nomes como Moutinho e Lucho neste meio-campo que "ofuscam" o Polvo. Mas não é por isso que Fernando deixa de ser menos importante, até porque é por ali que passa muito do jogo do Porto, que no inicio das ações atacantes, quer na ajuda à defesa.

 

      Fernando é, portanto, mais um jogador de luxo que o Porto tem no seu plantel. Mas e quando Fernando não pode jogar? Quem substitui o Polvo? Defour é a opção óbvia. Castro também lá está mas não é para jogar a 6. E Defour também não. Defour é uma espécie de "Moutinho a preto e branco" como o Miguel Guedes o apelidou esta semana num dos programas de análise desportiva. Havia um tal de Souza, mas parece que também não serviu. Digo parece porque também penso que não teve as oportunidades que merecia no FC Porto. Agora o nosso meio-campo resume-se a 5 jogadores: um "seis", três "oitos" e o Lucho que é um misto entre um 8 e um 10. E conseguimos ter neste plantel 5 Centrais e apenas 1 trinco... Porque por muito que Vitor Pereira queira inventar um Defour, um Castro ou até um Moutinho a 6, não vai resultar. Pelo menos não resulta como deve, como aliás se viu no último jogo com o Olhanense e se repararem bem, os dois golos da equipa de Olhão começam precisamente naquela zona do terreno e é esta talvez a grande lacuna deste plantel. A falta de uma alternativa à altura do melhor 6 do nosso campeonato: Fernando Reges.