É já esta terça-feira que o FC Porto passado dois anos volta a jogar os
oitavos de final da Champions e, logo contra a equipa sensação da prova. Em teoria o Porto pela sua experiência, historial e prestígio é o
favorito, porém favoritismos à parte (pois no futebol o favoritismo nada vale,
tem de ser provado em campo) espera-se um jogo equilibrado entre duas das
equipas que registaram na fase de grupos as melhores performances.É assim importante não subestimar o adversário e ter em conta que
tem equipa para criar problemas ao bicampeão nacional.
A principal preocupação de Vítor Pereira será a de estacar o
meio-campo do Málaga no apoio deste ao seu ataque e nas suas saídas para o
ataque – Fernando e João Moutinho serão determinantes para tal tarefa.
Dentro desta lógica, parece-me que a equipa que conseguir apanhar as
segundas bolas será aquela que vai conseguir tomar conta do jogo – tendo em
conta o plantel do Porto e Málaga será fundamentalmente um duelo de meio-campo.
Em relação aos pontos fortes do Málaga devem ser referidos os
seguintes ater em conta:
- Isco é o jogador revelação (é a figura do Málaga e uma das revelações na Europa deste início de época). É o motor da equipa na “criação do seu jogo”, mas também o seu melhor marcador – finaliza o que os colegas da frente não aproveitam – por outro lado leva muitas vezes a que o jogo se centralize em si, o que abre espaços para outros colegas.
- A velocidade e liberdade de Joaquin, acaba por impedir que o jogo do Málaga não afunile apenas para o centro e se abra para as laterias. (Trabalho esse também realizado pelo lesionado Eliseu)
- Grande eficácia do passe (exemplo da boa visão de jogo) de jogadores como Iturra e Portillo – importantes no seu trabalho duplo de defender/pressionar à frente da sua defesa e de permitir o contra-ataque rápido.
- Defensa sólida e consistente e organizada, preocupa-se em defender (deixando o ataque para os homens da frente), daí que os seus laterais só avançam no terreno de jogo sempre com muita moderação. A defensa do Málaga é responsável por manter a equipa organizada e equilibrada (porém nem sempre funciona bem a jogar sob pressão alta), é ainda de destacar as exibições positivas do seu guarda-redes nos últimos jogos.
- Cuidado com as bolas paradas - de destacar Demichelis como a principal ameaça no jogo aéreo e o posicionamento matreiro de R. Santa Cruz e de Saviola.
Do lado do Porto, os jogadores que muito provavelmente se vão destacar
e que vão ter o papel mais predominante ao longo da partida serão como já foi
referido Fernando e João Moutinho - o primeiro no seu habitual papel de
“bombeiro” (de parar a transição ofensiva da equipa adversária e de fazer o
primeiro passe para o ataque do Porto, vai ser um jogo para o Polvo agir com
todos os seus tentáculos), em relação a João Moutinho vai ter de ir apoiar
Fernando nas suas tarefas (nomeadamente nos cuidados a ter com Isco) e vai
ainda ser fundamental em lançar ritmo do ataque azul e branco.
Já em relação ao papel de Lucho, parece-me que este terá uma função
idêntica à que teve na Luz, de ser a primeira linha no apoio a Jackson e de
pressionar a saída de bola do Málaga. O seu posicionamento será importante para
alargar as linhas e posicionamentos do Porto ao longo de todo o campo – criando
ideia de domínio do Porto nos espaços de forma a cortar a visão e leitura de
jogo por parte do Málaga (neste papel de pressionar alto o Málaga em sair a
jogar inclui-se todo o ataque do Porto – J. Martinez, James/Varela e
Ismailov/Atsu).
Mas perante o ataque dinâmico e desequilibrador (Saviola e R. Santa
Cruz) do Málaga, os centrais do Porto não vão ter tarefa fácil, é bom não
esquecer que o ano passado por esta altura frente ao M. City o resultado
negativo que o Porto obteve deveu-se em muito a um trabalho a abaixo da
expectativas da defesa azul e branca. Desta forma, Danilo e Alex Sandro devem
ter cuidado defensivos reforçados, principalmente no caso de Alex Sandro que
tanto gosta (e bem) apoiar o ataque no sprint (basta ver o jogo e o golo do
Olhanense), nota ainda para afirmar que Mangala deve calcular as suas saídas
(que tanto gosta de fazer) a jogar com bola no pé.
Fica a dúvida se Defour não poderá ser lançado no jogo, poderá ser
uma arma secreta para confundir o estilo e organização de jogo que o Málaga
espera encontrar (…)
Conclusão: Vamos defrontar um adversário que jogam
bom futebol e de grande qualidade, basta ver a consistência que revela do ponto
de vista defensivo e a forma forte de atacar – não é por acaso que se apurou na
Champions num grupo muito competitivo e os números que regista está época em
Espanha ao nível do Barcelona, Real Madrid ou do Atlético de Madrid. A nação azul e branca deve ter assim bastante confiança nas suas capacidades
e a ideia que não temos nada a perder (sem nunca cair no jogo de menosprezar o
adversário).
Sendo o importante numa eliminatória a duas mãos é tentar marcar,
pelo menos, um golo em casa e não sofrer golos, temos assim de jogar como
sempre temos feito esta época na Champions: defender bem, tentar marcar um golo
e conseguir um bom resultado para a viagem a Espanha. Sem esquecer que o
desfecho das eliminatórias na Champions depende sempre de vários factores, mas
a vantagem de não sofrer golos prevalece sempre e é no futebol meio caminho
para a vitória – ainda mais em jogos a duas mãos.
Por: João Serra (colaborador)
o meio campo do Málaga deve ser o Toulalan e Camacho. Principalmente o francês, em termos tácticos é quase perfeito.
ResponderEliminarNa frente ou joga Saviola ou Santa Cruz, Pellegrini utiliza um 4-2-3-1 neste tipo de jogos.
O Málaga vive essencialmente dos desequilíbrios do Isco e Joaquin, mas é uma equipa que vale pela qualidade táctica que apresenta.