As soluções que estavam no banco

      O FC Porto isolou-se  na liderança da Liga portuguesa de futebol, ao vencer em casa o Paços de Ferreira por 3-0, no encontro de abertura da nona jornada da prova.

      Um golo na própria baliza do paraguaio Melgarejo, nos descontos da primeira parte (45+1 minutos), e tentos dos suplentes Kléber (64) e João Moutinho (84) selaram o triunfo dos "azuis e brancos".

      Depois de uma primeira parte fraca, ( o que continua a preocupar pois há muito tempo que o Porto não consegue fazer um jogo consistente e de grande intensidade durante os 90 minutos ), Vítor Pereira esteve, pela primeira vez , irrepreensível nas substituições. Pode mesmo dizer-se que foram três tiros certeiros. E antes dos 60 minutos de jogo já o Porto tinha esgotado as opções de banco com as entradas de Moutinho, Kléber e James, este último a substituir Hulk que foi a desilusão da noite, mas já lá vamos…

Ora com as mexidas na equipa os campeões nacionais melhoraram e o 2-0 nasce de um lance inventado do banco. João Moutinho – que entrou para o lugar de Defour - recuperou a bola, assistiu James – que substituiu Hulk-, o jovem colombiano rematou rasteiro, a bola embateu no poste direito da baliza de Cássio e na recarga Kléber – que ocupou a vaga de Walter-, sem oposição e em posição regular, rematou com sucesso ampliando a vantagem da formação azul e branca.

      Com esta vitória, a sétima em nove jornadas, o FC Porto passa a somar 23 pontos, é líder da prova onde os dragões somam assim o 48.º jogo de invencibilidade na prova.

      Quanto ao caso Hulk o que se pode dizer é que passou ao lado do jogo e os adeptos não lhe perdoaram, aplaudindo a substituição. E a sua ida para o balneário, pintada de assobios, voltou a trazer Hulk “à terra” e perceber que o publico do Dragão não vive do passado, o que levou o incrível a pedir desculpa aos adeptos no final do jogo. É um jogador que está, claramente, abaixo da sua melhor forma e que ontem fez um péssimo jogo onde raramente conseguiu fintar um adversário e ainda perdeu muitas bolas. Vítor Pereira ganhou o aplauso do público e deu um sinal importante ao grupo fazendo ver que no Porto, não há indiscutíveis. Bravo, Vítor !

      Podíamos dizer que a figura deste encontro foi mesmo o treinador. Vítor Pereira teve a coragem de voltar a apostar no mesmo onze que goleou o Nacional, voltando a relegar habituais titulares para o banco de suplentes e também teve a coragem de mudar quando foi preciso, não olhando a nomes e a egos. E o que é certo é que o resultado final veio dar-lhe razão. Quanto aos jogadores de campo, para nós , Moutinho foi o MVP do encontro. Estará de volta o melhor Moutinho? Esperamos bem que sim. O internacional português recuperou a bola que deu origem ao 2º golo do encontro e fechou o marcador em três bolas a zero num belo golo.  O destaque, de resto, estende-se a todas as «segundas opções» de Vítor Pereira. É que James trouxe a classe que Hulk não conseguiu dar e Kléber mostrou a eficácia que Walter não teve.

      Destaques ainda para Varela, Álvaro Pereira e Mangala. Fizeram as suas melhores exibições esta época. E no caso do jovem central francês, pode mesmo dizer-se que o Porto está a ganhar um Central para o futuro. Será o próximo jogo da Liga dos Campeões o seu teste definitivo ?