Vitor Pereira parece ter encontrado o seu onze ideal, ao fim de 5 meses de trabalho no FC Porto. Este novo esquema táctico apresenta-se como uma variante do 4x3x3 a que o Porto estava habituado a jogar com um meio campo composto por um 6, um 8 e um 10 mais criativo no apoio direto ao ataque composto por dois extremos bem abertos nas alas e um ponta de lança de referência. Este aparente novo Porto é mais um 4x2x3x1, com um (in)adaptado Maicon a lateral direito, Fernando e Moutinho a jogar a par e com Defour mais solto no apoio a um ataque "móvel", sem um ponta de lança de área. Resultou nos dois últimos jogos, é verdade, mas se olharmos ao jogo da Ucrânia podia ter corrido mal ( salvou-nos Hélton!) e mesmo no próprio jogo do Dragão com o Braga, este esquema tático de Vitor Pereira não me conseguiu entusiasmar. Eis então, aquilo que acho que deve mudar:
- A começar na defesa, espero que Vitor Pereira acabe de uma vez por todas com esta estória de adaptar Maicon a defesa direito, mesmo com Fucile recuperado e apto a jogar. Não faz sentido nenhum pôr um jogador sem rotinas e sem nenhuma caracteristica a jogar numa posição que não é a dele, tendo neste caso uma opção efetiva no banco de suplentes. É que Maicon a lateral direito, não lembra a ninguém e o jogador já deu provas ( lembram-se do triste fado de Coimbra ? ) que nessa posição é um peixe fora de água. Já a dupla de centrais também tem desiludido e muito! E com Mangala de regresso após lesão, vamos ver como é que fica o eixo defensivo da equipa... mas isso é caso para falarmos em breve, noutro post.
- Já no meio-campo parece-me que Fernando é um nome indiscutível entre os titulares. É o ponto de equilibrio desta equipa e por conseguinte um jogador-chave neste Porto. A solução encontrada por Vitor Pereira para o meio-campo consiste em pôr Fernando e Moutinho a jogar a par com Defour no papel de médio mais atacante e de apoio ao ataque, lugar que o belga tem desempenhado quase na perfeição, sendo nos dois últimos jogos e principalmente no Dragão, um dos melhores jogadores em campo ( só mesmo Vitor Pereira para efetuar a substituição do belga no último jogo... é que Defour estava a ser só o melhor elemento em campo... enfim! ). Seja como for este meio-campo tem resultado e também me tem agradado, se bem que acho que Moutinho deveria jogar mais o 8 do que a 6... ainda assim, a meu ver, é para continuar.
- O que não pode ser para continuar é a titularidade de Djalma nesta equipa. O angolano, apesar de ser um jogador rápido, não tem ainda o "estofo" necessário para entrar no onze inicial dos dragões. E esta ideia de fazer de Hulk o ponta de lança da equipa também não tem pernas para andar. James, Hulk e Kléber têm de formar o tridente de ataque do Porto e passo a explicar o porquê.
Em primeiro lugar não faz sentido estar nesta altura a apostar na titularidade de um jogador que vai falhar os jogos todos do Porto em janeiro e com alguma sorte até meados de fevereiro. Estou a falar, claro está, de Djalma que vai estar presente pela seleção de Angola na CAN, já a partir do próximo dia 2 de janeiro, altura em que começa o estágio da sua seleção. Depois não faz sentido adaptar um dos melhores jogadores do mundo a jogar nas alas a ponta de lança, ainda para mais quando Hulk desiquilibra mais nas alas e mesmo a jogar a ponta de lança procura sempre os flancos para fazer o seu jogo. Com as devidas diferenças, é o mesmo que o Mourinho pôr o Cristiano a jogar a ponta de lança no Real. Não faz sentido. Ainda para mais quando Hulk aparece muitas das vezes nas alas e depois não tem nenhum jogador de referência na área para finalizar. E no jogo com o Shaktar essa lacuna foi por demais evidente. Assim, a meu ver, matavam-se dois coelhos numa só cajadada! Hulk passava para a direita e Kléber entrava na equipa no lugar de Djalma, porque este Porto precisa de uma referência na área para funcionar como deve.
Outro aspeto que vem confirmar precisamente isso é o caso de James. Viu-se neste dois últimos jogos que o colombiano parece meio perdido com este novo desenho da equipa, principalmente no ataque sem a tal referência de área. Também por isso, o colombiano não tem estado ao seu nivel nem rende o que deve pois está sempre preocupado em vir para o centro de ataque quando Hulk cai nos flancos, muitas vezes a cruzar para ninguém. É certo que Kléber não é a solução ideal, mas até encontrar uma melhor ( e espero que o mercado de Inverno seja bom para o Porto neste caso ) o jovem internacional brasileiro é a melhor solução e a única, no caso da Liga dos Campeões.
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