Empate justo

       Foi um clássico muito tático com as equipas a tentarem anular-se mutuamente, aquele que terminou num empate a zero e que se adequa àquilo que se passou dentro das quatros linhas. Nos últimos minutos do encontro pode dizer-se que Álvaro Pereira marcou um golo e Otamendi fez um auto-golo. No primeiro lance o defesa esquerdo uruguaio salvou um golo em cima da linha de golo, no segundo o internacional argentino, involuntariamente, cortou uma bola que ia para dentro da baliza.

      Com este empate os "dragões", que somam 53 jogos sem perder no campeonato, assumiram provisoriamente a liderança isolada do campeonato, com 34 pontos.

      Quanto ao jogo em si, o Porto iniciou o encontro com uma surpresa no onze - Cebola no lugar de James - e com Hulk mais uma vez na posição de ponta de lança. No início do encontro o Porto estava mais na espectativa e tentava sair em contra-ataques rápidos tendo sempre Hulk como a referência atacante e caindo muitas vezes nas alas, algo desapoiado. No primeiro tempo, registo apenas para uma extraordinária defesa de Helton, a negar o golo a Polga ( que esteve 25 minutos a mais no jogo ).

      Na segundo parte, o jogo abriu mais e o Porto melhorou o seu jogo, principalmente porque Moutinho e Belluschi "soltaram-se" mais, dando mais criatividade ao meio-campo. Com o encontro a caminhar para o final, registo para os dois lances onde Álvaro e Otamendi foram protagonistas. No fim do jogo o empate é um resultado que se ajusta, mas que não satisfaz.

      Quanto à análise mais individual, Hulk viu-se mais uma vez muito desapoiado no ataque a viver dos seus sprints, mas sem resultados práticos. Continua a ser gritante a falta de um avançado de referência que este Porto necessita, para que Hulk volte à direita do ataque, porque em jogos de maior dificuldade, o Porto não consegue ser consistente no ataque. Maicon na direita é bom a defender mas não ataca e Djalma viu-se muito desapoiado no flanco direito no ataque, aliás Djalma foi um dos melhores elementos do lado dos azuis e brancos e surpreendeu-me a sua saída prematura no encontro. Álvaro Pereira foi, a meu ver, o melhor jogador do Porto e Moutinho foi a maior "desilusão", também por culpa das instruções do treinador ao dar-lhe uma função mais defensiva, limitando deste modo o seu jogo. Nota-se bem a falta de um jogador com Fucile capaz de dar mais profundidade ao ataque.

      Continuamos a depender de nós próprios para ser campeões, mas fica a ideia que hoje podiamos e deviamos ter feito mais para vencer o encontro.